5 marcas que dominaram o brandformance em julho (e o que sua empresa pode aprender com isso)

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Julho já está quase no fim e foi um mês movimentado no mundo do marketing. Algumas marcas souberam ir muito além do awareness ou do ROI isolado — elas conseguiram unir emoção, cultura, dados e conversão. Esse é o espírito do Brandformance: construir valor de marca enquanto se gera resultado real.

Abaixo, reuni as campanhas mais interessantes do mês e destrincho o porquê de cada uma funcionar:

1. NotCo e os “Mamíferos Crescidos”

Se você cresceu nos anos 90, viu (ou foi) uma criança vestida de vaca. A campanha icônica da Parmalat virou um símbolo da publicidade nacional. E foi justamente nessa memória afetiva que a NotCo decidiu cutucar — e com estilo.

Referência direta à campanha clássica da Parmalat nos anos 90, a peça da marca concorrente mostra adultos fantasiados de bichinhos com barrigas estufadas — vítimas do leite convencional. Ao provar NotMilk, tudo se alivia.

📍 Por que funciona:

  1. Nostalgia inteligente: ativa memórias afetivas dos millennials, agora adultos.
  2. Tese de produto clara: “não é sobre leite vegetal, é sobre bem-estar real”.
  3. Viralização natural com humor e crítica social.
  4. A suspensão da campanha pelo CONAR (por alegações visuais de desconforto físico) gerou ainda mais mídia espontânea e conversa pública.

⚠️ Nota importante:

A campanha foi retirada do ar após queixas do setor leiteiro.

Mas vale destacar: aqui, não estamos julgando a ética publicitária — afinal, é um território de nuances, conflitos e interesses legítimos dos dois lados.

➡️ De um lado, temos o leite como base da cadeia agropecuária, um mercado extremamente forte e de sustento para muitas famílias.

➡️ De outro, o contexto vegano e um histórico de embate publicitário que sempre funcionou (BK vs. McDonald’s, Pepsi vs. Coca, etc).

Fato é: a campanha foi genial em seu objetivo principal — chamar atenção para a marca e seus valores.

Ela gerou mídia espontânea, despertou debate e atraiu uma legião de defensores que compartilham da mesma visão de mundo. Missão cumprida.

2. Mica Crafts + Paul’s Pizza: a sobremesa virou pizza

A collab entre a marca de chocolates Mica Crafts e a pizzaria Paul’s trouxe uma edição limitada de chocolates artesanais em formato de pizza — com sabores como milho e bacon.

📍 Por que funciona:

  1. Produto instagramável + diferencial sensorial.
  2. Collab inusitada: estimula a mídia espontânea.
  3. Posicionamento cruzado: sobremesa artesanal com pegada urbana de pizzaria.

📊 Sinais de performance:

  1. Vendas esgotadas na pré-venda da caixa comemorativa.
  2. Múltiplas repostagens espontâneas em creators de lifestyle e gastronomia.

🔍 Brandformance em ação: awareness gerado pela surpresa da combinação, performance pela escassez e pelo desejo do novo.

3. Mercado Livre: QR Code no gramado

No evento “Legends” entre Corinthians e Boca Juniors, o Mercado Livre colocou um QR Code gigante no meio do campo da Arena Pacaembu. O público escaneava direto da arquibancada e ganhava cupons exclusivos de desconto.

📍 Por que funciona:

  1. Ativa um momento de entretenimento real.
  2. Gera experimentação com estímulo imediato.
  3. Cria uma ponte entre físico e digital.
  4. Aproveita a alta emoção de eventos esportivos para associar à marca.

📊 Dados de campanhas similares anteriores (Mercado Livre x Flamengo):

  1. +12% de crescimento nas buscas de marca.
  2. +30% de CTR em campanhas que envolvem ações físicas com digital scan-to-buy.

🔍 Brandformance em ação: ao conectar emoção (futebol) e ação (cupom), a marca converte atenção em cliques e cliques em venda.

4. Coca-Cola + Labubu

A Coca-Cola segue investindo fortemente em cultura pop para se manter relevante entre os consumidores mais jovens — e a parceria com Labubu foi um exemplo preciso disso.

Mas… se você ainda não sabe o que é Labubu, calma que a gente explica.

🔍 O que é Labubu, afinal?

Labubu é um personagem do universo da Pop Mart, uma gigante chinesa especializada em colecionáveis de design — uma espécie de mistura entre brinquedo e arte pop.

Essas miniaturas seguem a lógica do blind box (caixinha surpresa) e criam senso de escassez e desejo instantâneo. A estética mistura o fofo com o bizarro — algo muito valorizado pela Geração Z, acostumada com memes, multiversos e ironia digital.

🎯 A febre começou na China e ganhou o mundo nos últimos 2 anos, com filas, revendas e até eventos inteiros dedicados à troca entre colecionadores. No Brasil, Labubu e outros personagens da Pop Mart vêm crescendo organicamente nas redes sociais, principalmente no TikTok, onde vídeos de unboxing e reviews acumulam milhões de visualizações.

📍 Por que funciona:

  1. Ativou uma comunidade engajada e fanática: os colecionadores da Pop Mart.
  2. Reforçou a imagem da Coca como marca conectada à cultura jovem e global.
  3. Criou escassez e urgência: as latinhas colecionáveis com o personagem se esgotaram rapidamente.
  4. Ganhou mídia espontânea em larga escala — tanto por influenciadores quanto por consumidores reais.

⚡ Em resumo: a Coca-Cola surfou o hype do momento com inteligência estratégica, ativando desejo, identidade e cultura ao mesmo tempo. Uma lição de como branding e tendências de comportamento precisam andar juntos.

5. Sony Films — “Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado”

A Sony apresentou uma das estratégias mais bem pensadas do mês ao lançar a campanha de divulgação do reboot de “Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado”. E ela não veio sozinha — trouxe consigo um exemplo didático de como crossmídia e brandformance caminham juntas.

🧩 O que é uma campanha crossmídia?

É quando uma única narrativa é distribuída de forma complementar por diferentes canais e formatos, alcançando o público onde ele está. Não se trata apenas de repetir o mesmo conteúdo em vários lugares, mas de adaptar a linguagem e a função de cada ponto de contato para criar uma experiência integrada.

📺 O que a Sony fez, na prática?

Para esse lançamento, a Sony ativou:

  1. BreakTudo Awards, premiação com alta audiência entre a Geração Z;
  2. Mídia com criadores de conteúdo em redes como TikTok e Instagram;
  3. Ações promocionais com a UCI Cinemas, criando uma ponte entre digital e físico;
  4. Peças em OOH (out-of-home) em pontos estratégicos de São Paulo e outras capitais;
  5. Campanhas em mídia tradicional e canais de streaming.

🛍️ Parcerias comerciais também foram destaque:

Marcas como Salon Line, Kwai, Housi, Britânia e TGI Fridays patrocinaram a ação, reforçando o tom jovem e plural da campanha — e conectando o filme a hábitos reais do público-alvo (como cuidado pessoal, delivery, estilo de vida urbano etc.).

📍 Por que funciona:

  1. Traz a força do efeito nostalgia de um clássico dos anos 2000, atualizado para a estética da nova geração;
  2. Conecta entretenimento e consumo, fazendo do lançamento um evento e não apenas uma estreia;
  3. Usa o poder dos creators para legitimar o discurso da marca e ativar conversas orgânicas;
  4. Cria uma ponte entre awareness e conversão, ao incentivar a ida ao cinema com mecânicas simples e bem distribuídas.

📊 Ainda não temos os números finais de bilheteria no Brasil, mas os sinais são claros: essa campanha cumpriu seu papel com maestria — atingiu públicos distintos, mobilizou comunidades digitais e reforçou a relevância da Sony como player cultural.

🎯 O que todas essas campanhas têm em comum

Elas não nasceram no vácuo de um brainstorm publicitário.

Vieram da escuta, da observação do movimento de mercado, das possíveis tendências de comportamento, do risco calculado e — principalmente — do desejo de uma comunicação real, contextualizada, que surpreende e impacta o público e provoca conversa real com gente de verdade.

Essas marcas entenderam que:

✔️ O consumidor não quer só “ver” a marca — ele quer sentir que ela entende e está presente e se conectando com ele no mundo onde vive.

✔️ O contexto cultural é ativo estratégico, não somente pano de fundo.

✔️ A ação só funciona quando vira identificação, reação — desejo, conversa e clique.

✨ Mais do que replicar, vale refletir:

1. O que sua marca observa de verdade no seu mercado?

2. O que faz sentido para o seu contexto, agora?

3. Quais pontos de contato estão sendo ignorados e poderiam gerar mais conversa, conexão e resultado?

No fim, é sobre criar significado que vende.

📎 Não precisa aplicar tudo. Mas se uma ideia aqui te ajudou a pensar diferente, já valeu o clique.

📩 Compartilha esse artigo com o seu time de marketing, ou então com aquele colega que tem uma empresa — tenho certeza que vai fazer a diferença.

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